(REPRODUÇÃO) O presidente Jair Bolsonaro criou uma oportunidade para mudanças fundamentais nas posturas interna e externa do Brasil.
Semelhante aos movimentos políticos que lançaram Donald Trump na América e Narendra Modi na Índia, a ascensão de Bolsonaro reflete um desejo público de romper radicalmente com um estabelecimento nacional e um conjunto de premissas políticas que falharam.
O governo Trump anunciou um mini acordo comercial com o Brasil. O acordo é a mais recente vitória em uma série de pactos que revelam novas realidades de poder e alianças que marcarão a década de 2020.
Embora modesto, o acordo ainda assim contém medidas que podem fortalecer os laços econômicos entre as duas economias gigantes. Algumas de suas disposições cobrem etapas anticorrupção, reforma regulatória e disposições de facilitação do comércio, como alfândega simplificada.
O acordo, que o assessor de Segurança Nacional Robert O'Brien disse que poderia ser um prelúdio para um acordo maior em um segundo mandato de Trump, se assemelha a outros sucessos básicos, como as negociações de Trump com o Japão e a Coréia do Sul, em vez de acordos maiores como os EUA-México-Canadá Acordo e um pendente com a Grã-Bretanha.
A idéia é chegar a um acordo em meses, não anos, e focar em reformas pelas quais ambos os países claramente se beneficiem. Isso contrasta fortemente com os acordos anteriores que levaram muitos anos para serem concluídos e freqüentemente resultavam na exportação de empregos na indústria de transformação dos Estados Unidos.
Tão importante quanto o ângulo econômico é a importância político-cultural do acordo. Brasília e Washington muitas vezes viram o mundo de perspectivas muito diferentes.
Por décadas, o Brasil seguiu um caminho semelhante ao da Índia, com os dois países impedindo suas economias gigantes com excesso de regulamentação, enquanto seguiam um caminho “não alinhado” que mantinha Washington à distância.
O negócio foi firmado simultaneamente pessoal e digitalmente entre autoridades dos dois países com o representante comercial dos EUA Bob Lighthizer em Washington e seu vice, Mike Nemelka, no Brasil-junto com O'Brien.
O envolvimento deste último funcionário é o último lembrete de que a política comercial não existe mais em um silo discreto.
Uma das principais motivações do pacto e do maior engajamento do Brasil é frustrar as aspirações da China na América do Sul e fornecer uma alternativa capitalista às compensações corruptas, armadilhas da dívida e trabalho de má qualidade que acompanham a assistência chinesa ao desenvolvimento.
O'Brien também pressionou seus homólogos a concordar com a proibição que o Brasil está considerando colocar no uso de componentes da Huawei em sua rede 5G. Os Estados Unidos pediram a países em todo o mundo que tomassem essa medida para limitar as capacidades digitais de Pequim.