ANTES DE PROSSEGUIRMOS COM NOSSA DISCUSSÃO, HÁ ALGO QUE GOSTARIA DE PERGUNTAR. ERA NOSSO HÁBITO QUE, PARA QUALQUER COISA QUE TIVESSE A VER COM ASSENTAMENTOS, OUTPOSTS, EXPROPRIAÇÕES DE TERRAS E ASSIM POR DIANTE, SIMPLESMENTE FALÁSSEMOS E NÃO FALÁSSEMOS [SOBRE ISSO]... ULTIMAMENTE, ISSO ... QUEBROU, E ESTOU PEDINDO AOS MINISTROS PELO BEM DE NOSSA PÁTRIA, CONTER-SE, FALAR MENOS E FAZER O MÁXIMO POSSÍVEL. MAS O PRINCIPAL, TANTO QUANTO POSSÍVEL, É FALAR MENOS.Isso se estendeu a Meir exigindo que os ministros não comparecessem às cerimônias de abertura dos assentamentos e evitassem ser vistos pela mídia em qualquer lugar próximo aos locais. Em abril de 1972, esse juramento de silêncio permaneceu em vigor, com o ministro sem pasta Yisrael Galili lembrando seus confederados de gabinete em uma reunião para “abster-se de tratar do assunto na imprensa, pois poderia causar danos”.
As forças de ocupação israelenses finalmente assumiram o controle da terra em maio de 1973. Pediu-se permissão a Tel Aviv para “apoderar-se da terra com o objetivo de estabelecer um assentamento”, que foi concedida. Três meses depois, a construção começou.“O dano é insuportável… como poderemos nos sustentar?” o prefeito se desesperou.
“isso não tem orçamento e não sei como o trabalho está sendo iniciado sem se sentar conosco”. O primeiro-ministro Yitzhak Rabin tentou acalmá-lo, afirmando: "é sobre isso que estamos nos reunindo agora".
Mais tarde, o já mencionado Yisrael Galili pressionou os ministros a definir Ma'aleh Adumim como “uma área de classe A”, garantindo assim a ela e a sua população de colonos judeus maiores benefícios do governo, apesar do fato de estar em território ocupado ilegalmente. O governo israelense concedendo oficialmente ao assentamento esta classificação, por definição, equivaleria a um endosso de fato, em contradição com sua posição pública oficial.“Pode haver espaço para esclarecer esta questão, mas eu não sugeriria entrar nela hoje. Sei que pode não estar nas definições mais precisas, mas sou a favor de que comecem a fazer essa obra de infraestrutura”, completou.
Essas comunicações chocantes permaneceram ocultas por meio século antes que o Projeto de Arquivamento dos Assentamentos Judaicos os liberasse para o mundo. É quase inevitável que muitos outros documentos incriminadores permaneçam selados nos cofres das IDF. Os arquivos do projeto terminam no verão de 1977 e, em janeiro de 2023 , existem 144 assentamentos judaicos ilegais na Cisjordânia, incluindo 12 em Jerusalém Oriental, abrigando 450.000 colonizadores.“Estou surpreso que você não entenda que todo esse assunto é um dos métodos engenhosos para aliviar um processo que pode ser muito perigoso internamente em Israel”, explicou Galili.