17/05/2021 às 22h43min - Atualizada em 17/05/2021 às 22h43min

Doença cerebral misteriosa intriga médicos no Canadá

Os pesquisadores têm analisado possíveis teorias sobre a origem da enfermidade, que envolvem possível exposição a toxinas, como o ácido domoico ou a beta-metilamino-L-alanina (BMAA).

Cristina Barroso
(REPRODUÇÃO)

Uma doença misteriosa e fatal que ataca o cérebro está sendo investigada por médicos canadenses. Detectada pela primeira vez em 2015, ela atingiu 48 pessoas na península Acadian e de áreas de Moncton de New Brunswick, e pode ter ocasionado seis mortes. Os pacientes são homens e mulheres com idades que variam de 18 a 85 anos, que desenvolveram sintomas variados.


Dezenas de pessoas em New Brunswick estão apresentando sintomas da nova doença que afeta fortemente o cérebro.
Médicos no Canadá têm se deparado com pacientes que apresentam sintomas semelhantes aos da doença de Creutzfeldt-Jakob, um mal raro e fatal que ataca o cérebro. Mas quando resolveram investigar o mal em mais detalhe, o que eles descobriram os deixou perplexos.

Entre os males relatados, estão ansiedade, depressão, dores inexplicáveis, espasmos involuntários, convulsões, insônia ou hipersônia, alucinações e até perda de memória. Alguns pacientes também desenvolveram distúrbios visuais, dores musculares e atrofia, passando a precisar de andadores ou cadeiras de rodas. Há ainda aqueles que sequer reconhecem pessoas da própria família e os acusam de impostores. Alguns pacientes entraram em coma e morreram posteriormente.

Aos 60 anos, Roger Ellis desenvolveu o misterioso problema de saúde. Tudo começou em seu 40º aniversário de casamento, em 2019, quando ele sofreu uma convulsão e desmaiou. Desde esse dia, sua saúde se deteriorou rapidamente.

Ele teve delírios, alucinações, perda de peso, agressividade, fala repetitiva. A certa altura, ele não conseguia nem andar. No intervalo de três meses, médicos disseram acreditar que ele estava morrendo, mas ninguém sabia por que  contou seu filho, Steve Ellis.
A equipe médica responsável pelo seu pai se dedicou para reduzir os sintomas, mas não encontrou explicações para a piora do paciente. Steve apenas soube de outros grupos em situações semelhantes, após a emissora pública do país Rádio-Canadá alertar para a doença degenerativa desconhecida.

Uma categoria conhecida da doença se chama Variante DCJ, que está associada à ingestão de carne contaminada com a doença da vaca louca. A DCJ também pertence a uma categoria mais ampla de doenças cerebrais como Alzheimer, Parkinson e ALS, em que as proteínas do sistema nervoso se deformam. Mas o exame de DCJ de Ellis deu negativo, assim como a enxurrada de outros testes a que seus médicos o submeteram enquanto tentavam descobrir a causa de sua doença.

Mas, desde então, surgiram mais pacientes como o primeiro ? O suficiente para que agora os médicos pudessem identificar uma condição ou síndrome diferente "nunca vista antes".
A província diz que está rastreando atualmente 48 casos, igualmente divididos entre homens e mulheres, em idades variando de 18 a 85 anos. Esses pacientes são da península Acadian e de áreas de Moncton de New Brunswick. Acredita-se que seis pessoas tenham morrido da doença.


Atualmente, a condição de Roger se estabilizou e ele se encontra sob os cuidados do neurologista Alier Marrero, do hospital Dr. Georges-L-Dumont University Hospital Center, da cidade de Moncton. O médico lidera uma série de testes sobre a doença com a auxílio de uma equipe de cientistas, e do órgão federal de saúde pública.


Os pesquisadores têm analisado possíveis teorias sobre a origem da enfermidade, que envolvem possível exposição a toxinas, como o ácido domoico ou a beta-metilamino-L-alanina (BMAA). 
Estamos vendo a ponta do iceberg? Talvez. Espero que possamos entender isso rápido para que possamos impedir mais casos – disse Marrero.
 

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