17/05/2021 às 10h12min - Atualizada em 17/05/2021 às 10h12min
Fachin autoriza PF a buscar provas contra Toffoli
Ministro é acusado por Sérgio Cabral de ter recebido $R 4 milhões para beneficiar prefeitos do RJ
Vinicius Mariano
O ministro Dias Toffoli | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a Polícia Federal a buscar provas de duas operações relacionadas a Lava Jato para investigar seu colega da Corte e ex-presidente do STF, ministro Dias Toffoli, indicado ao Supremo pelo PT em 2009.
Fachin aceitou o argumento da PF de que a delação do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB), tem uma cláusula que prevê o uso de informações coletadas nas operações Calicute, que prendeu o ex-governador, em 2016, e Boca de Lobo, que prendeu seu sucessor, Luiz Fernando Pezão, em 2018.
Venda de sentenças A PF investiga se Dias Toffoli, quando atuou no Tribunal Superior Eleitoral, entre 2012 e 2016, realmente recebeu R$ 4 milhões em troca de favorecimento em processos sobre 2 prefeitos do Rio de Janeiro.
A acusação foi feita por Sérgio Cabral em delação premiada, que revelou que o ministro indicado por Lula ao STF em 2009 recebeu R$ 3 milhões para alterar voto no julgamento do ex-prefeito de Volta Redonda, Antonio Francisco Neto, o que reverteu a condenação dele por 4 a 3.
Cabral também informou que Toffoli recebeu também R$ 1 milhão para para conceder uma liminar para a ex-prefeita de Bom Jesus de Itabapoana-RJ, Branca Motta, em 2014, totalizando R$ 4 milhões em propinas fruto de venda de sentenças.
O ministro nega ter recebido qualquer dinheiro ilícito. O STF vai julgar, no próximo dia 21, a validade da delação premiada de Sérgio Cabral.