No dia 13 de janeiro de 1128 D.C., o Papa Honório II concedeu uma sanção papal ao grupo militar conhecido como Ordem dos Cavaleiros Templários, declarando-a um “Exército de Deus”.
Liderada pelo francês Hughes de Payens, a organização dos Cavaleiros Templários fora fundada dez anos antes, em 1118 D.C. Sua missão auto imposta era proteger os peregrinos cristãos em seu caminho até a Terra Santa durante as Cruzadas, a série de expedições militares destinadas a derrotar os muçulmanos na Palestina que durou mais de 200 anos (1096 a 1310 D.C.).
Por algum tempo, os Templários tiveram apenas nove membros, principalmente devido às suas rígidas regras. Além de terem origem nobre, os cavaleiros eram obrigados a fazer votos estritos de pobreza, obediência e castidade. Em 1127, a propagação de várias estórias das bem sucedidas jornadas templárias convenceram muito nobres a ingressarem na Ordem, aumentando gradualmente seu tamanho e sua influência.
Quando as Cruzadas terminaram sem sucesso no início do século XIV, a Ordem havia se tornado extremamente rica em função das doações e expropriações de campanha, provocando a inveja dos poderes religiosos e seculares. Em 1307 D.C., o Rei Filipe IV da França e o papa Clemente V se uniram para derrubar os Cavaleiros Templários, prendendo o grão-mestre, Jacques de Molay sob as acusações infundadas de heresia, sacrilégio e satanismo. Em 1312, Clemente dissolveu a Ordem dos Templários. Depois de doloroso processo de tortura, Molay e outros templários importantes acabaram confessando e foram queimados na fogueira em 1314.
Em mais uma das desculpas para os crimes que cometeu ao longo dos séculos, a Igreja Católica moderna admitiu que a perseguição aos Cavaleiros Templários foi injustificada, mas sustenta que o Papa Clemente foi pressionado por governantes seculares a dissolver a Ordem.
Ao longo dos séculos, os mitos e lendas sobre os Cavaleiros da Ordem dos Templários cresceram, incluindo a crença de que eles teriam descoberto relíquias sagradas no Monte do Templo, incluindo o Santo Graal, a Arca da Aliança e partes da cruz da crucificação de Cristo.
Os misteriosos segredos imaginados dos Templários inspiraram vários livros e filmes, incluindo o romance de grande sucesso do escritor americano Dan Brown depois transportado para o cinema, “O Código Da Vinci”.
A popularidade (e a fortuna) adquiridas pelos Templários em sua época nos mostram como o comportamento da sociedade sempre foi previsível ao longo dos séculos e milênios. O sucesso em qualquer atividade, principalmente como resultado de uma causa nobre, sempre foi um fator de incômodo e cobiça na História, pois revela e desaloja as pessoas mal intencionadas, expondo-as ao crivo da opinião pública.
No mundo atual não poderia ser diferente, basta observarmos os movimentos políticos e econômicos deste século XXI, empenhados globalmente em derrotar a causa conservadora.
As verdadeiras estórias da História.
Na ilustração, os Cavaleiros Templários agindo para defender os peregrinos cristãos durante as Cruzadas.